45 KINEMA -YO BAN BOO, UM CANAL PARA VER ASIÁTICOS NO BRASIL

45kinemaimagem04Desde maio deste ano, youtubers têm um canal alternativo para assistir vídeos bem-humorados. Mas ao contrário dos canais que costumam bombar,  Yo Ban Boo não tem protagonistas adolescentes: seus personagens são vividos por atores descendentes de orientais e as histórias giram em torno de seu cotidiano. Cansados de ver  os homens asiáticos interpretando  nerds ou  lutadores de kung fu,  em geral assexualizados, em contraponto com mulheres asiática em papéis de “mulher fatal”, o  produtor de vídeos Leonardo Hwan e seus parceiros Beatriz Diaféria e Kiko Morente criaram o  Yo Ban Boo, com a  proposta de ressaltar preconceitos vividos cotidianamente por descendentes de  asiáticos no Brasil.

Num dos vídeos, por exemplo, a mãe dominadora tenta convencer a filha “inteligente” a não desistir da faculdade. Em outro, o  tio “descolado”  dá conselhos amorosos ao sobrinho homossexual. Há também vídeos que se referem claramente aos preconceitos, como “Coisas que os orientais sempre ouvem”, um dos mais vistos do canal, com mais de 22  mil visualizações. Em geral, as histórias vêm carregadas de humor, que facilita a interatividade com o público.

45kinemaimagem03Leonardo acha que o canal pode incentivar atores e equipes de trabalho audiovisual a buscar espaços em que possam atuar em papeis não estereotipados. Ele acredita que este trabalho de conscientização da representatividade do ator étnico oriental pode vir daqui a alguns anos.Seu trabalho é inspirado em canais étnicos que existem em outros países, como o americano Wong Fu Productions.

Para o produtor, o  Yo Ban Boo  pode ser um trabalho bacana para os atores, e uma vitrine para eles, mas a ideia é que o canal seja objeto de desejo deles tanto quanto é fazer algo na TV ou cinema. Leonardo  acha que o pequeno trabalho do canal, somado a outras iniciativas – como os coletivos que discutem questões sobre racismo na internet e associações de atores, como o Coletivo Oriente-se (cujo canal será lançado em setembro) – podem provocar um “abalo” nos bastidores da produção audiovisual. “Precisamos de roteiristas asiáticos, diretores asiáticos, produtores asiáticos, investidores asiáticos. Só assim teremos papéis asiáticos e não-estereotipados. Um cara branco pode ser muito bem intencionado e querer incluir um asiático em seu filme, e ir atrás de formas para não estereotipá-lo, mas não é a mesma coisa que um asiático escrevendo sobre um asiático. E isso vale para outras minorias marginalizadas no audiovisual também. Precisamos de mais produtores, roteiristas e diretores mulheres, negros, LGBTs”, opina ele.

A postura da Yo Ban Boo se contrapõe ao yellowface praticado pela Rede Gobo, que traz um ator branco (Luís Mello) no papel de um imigrante japonês, na próxima novela das seis.O humor usado nas histórias do Yo Ban Boo é também antagonista ao humor da grande mídia,  que em geral reforça o imaginário popular contra as minorias sociais, étnicas e sexuais, como orientais, negros, mulheres  e homossexuais.

A Strada Filmes, produtora do Yo Ban Boo, já realizou trabalhos de audiovisual para empresas e outras produtoras, e atua  em vários setores do audiovisual. A produtora investe  boa parte do que arrecada em histórias que querem  contar,  como o Yo Ban Boo, “A Vida \o/ de Lucas Batista”, e outras produções que ainda virão como uma série para TV que se chamará “Sobreamor”. A produtora pretende realizar e apoiar filmes e produções que concedem espaço para minorias, como a websérie “Copan”, com temática LGBT, da qual foram parceiros.

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Leonardo Hwan (à frente, à esquerda),  Beatriz Diaféria (à direita), Kiko Morente (ao lado de Beatriz)  e equipe do Canal Yo Ban Boo
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