45 LITERATURA – para onde aquela estação me leva

A poeta pernambucana Micheliny Verunschk escreve um poema em que faz referência aos trens do Japão

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Compartment C Car, 1938, Edward Hopper

Micheliny Verunschk

para onde aquela estação me leva
outra vida a mesma vida
um quadro de Hopper
onde estou sozinha lendo
o último best-seller do momento

para onde aquela estação me leva
um outro túnel um labirinto
o Japão do outro lado do buraco
que cavamos bem fundo baby
para empurrar o abismo daquilo que sentimos

para onde aquela estação nos leva meu bem
para um poema para outra cena
para os teus braços de desenho animado
que se alongam tanto mais eu me afasto
nós dois nesse trem intergaláctico, viajando pelos tubos coronários

não sei não sei
para onde aquela estação nos leva hein?
nem sei se estamos mesmo na plataforma certa
o mundo é um grande desengano meu bem
um estampido um grande desencontro assim a seco

na próxima estação desembarque por ambos os lados

Micheliny Verunschk é Doutora em Comunicação e Semiótica e Mestre em Literatura e Crítica Literária, ambos pela PUC-SP, autora do romance Nossa Teresa – vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2015), vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2015 (melhor romance), Geografia íntima do deserto (Landy 2003), finalista do Portugal Telecom 2004, b de bruxa (Mariposa Cartonera, 2014), O observador e o nada (Edições Bagaço, 2003) e A cartografia da noite (Lumme Editor, 2010).

obisponegro

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